São Paulo, SP – As vendas de novos imóveis registraram uma alta de 9,2% em 2022, em comparação a 2021. Ao todo, foram comercializados 156.730 novas unidades. O estudo é realizado com 18 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Durante o ano, o setor foi fortemente impactado pela venda de imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP). O segmento somou 46.878 unidades comercializadas e um crescimento de 67,8% em relação ao ano anterior. Do outro lado, o antigo Casa Verde e Amarela (CVA), hoje Minha Casa, Minha Vida (MCMV), totalizou 105.826 unidades habitacionais comercializadas e registrou uma oscilação de – 6,4% na comparação com o total de vendas do ano anterior.
As incorporadoras também relataram a entrega de 89.318 unidades em 2022, número 13,2% superior ao total entregue em 2021 (78.902 unidades) e o melhor resultado desde 2016 (122.060 unidades).
Ao todo, 129.432 unidades foram lançadas em 2022, o que representa o segundo maior volume da série histórica da entidade, iniciada em 2014, ficando atrás apenas do resultado de 2021 (153.726 unidades). Do total de lançamentos, 65,8% são do antigo CVA, totalizando 85.180 unidades. Em relação ao MAP, responsável por 34,2% dos lançamentos
imobiliários, tivemos 44.247 novas unidades apresentadas.
No ano passado, o valor médio dos imóveis novos vendidos subiu 10% e ficou em R$ 344,5 mil, enquanto a média de preços dos lançamentos foi de R$ 381,4 uma alta de 11,4% em
relação a 2021.
A baixa relação entre distratos e vendas de unidades do MAP é outro ponto a destacar em 2022. No ano, essa relação atingiu o menor patamar da série histórica (9,5%), o que representou uma queda de 1,4 pontos percentuais em relação a 2021. Para efeito de comparação, no fim de 2018, quando foi publicada Lei do Distrato Imobiliário, que estabeleceu parâmetros para a resolução de contrato de compra e venda de imóveis por desistência e por inadimplemento das partes, a relação distratos/vendas entre os imóveis de Médio e Alto Padrão era próxima dos 50%.
Na avaliação do presidente da Abrainc, Luiz França, para que em 2023 o setor siga neste mesmo ritmo de crescimento é importante que o Banco Central realize medidas regulatórias para aumentar a oferta de crédito imobiliário disponível. “Uma possível medida
seria o aumento no percentual de recursos da Poupança, que é direcionado obrigatoriamente ao crédito imobiliário, dos atuais 65% para 70%. Também é possível avaliar outras alternativas de estimulo ao financiamento habitacional, como a redução dos juros de credito imobiliário no IRPF”, explica.
França acredita que, apesar dos desafios, o mercado imobiliário deve seguir com um bom desempenho neste ano, com indicadores apontando para melhora na renda e consumo dos
brasileiros, e o mercado poderá absorver as mudanças do Minha Casa, Minha Vida.
“Nossa perspectiva é positiva e alguns dos principais indicadores macroeconômicos do Brasil apontam que podemos ter um bom momento. Em 2022, tivemos um grande volume de vendas e a expectativa é que 2023 tenha um ritmo similar”, explicou o presidente da Abrainc.
Por fim, França destacou que os preços dos imóveis devem aumentar neste ano diante da diminuição dos estoques das construtoras. Segundo o executivo, o bom desempenho do ano passado e o início aquecido dos dois primeiros meses de 2023 diminuíram os estoques.
“Com estoques mais baixos, novos empreendimentos serão lançados pelas incorporadoras, mas agora com valores reajustados”, explicou França.
O Índice Nacional de Custo da Construção M (INCC-M) variou 0,18% em março, percentual inferior ao apurado no mês anterior, quando o índice aumentou 0,21%. O INCC-M acumula
alta de 0,70% no ano e de 8,17% em 12 meses.
O INCC-M é um indicador econômico que capta a evolução de custos de construções residenciais. Possibilita o acompanhamento da evolução dos preços de materiais e custos de mão de obra e serviços mais relevantes para a construção civil.