Vendas no varejo sobem 1,8% em abril, na maior alta para o mês desde 2000

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São Paulo – As vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, subiram 1,8% em abril em relação a março, apagando a queda de 1,1% registrada no mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, o maior para o mês desde 2000, veio acima da previsão de queda de 0,70% (-0,75% na leitura original), conforme a mediana calculada pelo Termômetro CMA.

Na comparação com abril de 2020, as vendas no varejo avançaram 23,8%, na segunda alta seguida, também ficando acima da previsão de +18,40%. Com isso, as vendas do varejo restrito acumulam altas de 4,5% no ano e de 3,6% em 12 meses até abril.

Em base mensal, sete das oito atividades pesquisadas do comércio restrito registraram alta da atividade, com destaques para móveis e eletrodomésticos (+24,8%), após forte queda de 21,3% na passagem entre fevereiro e março; tecidos, vestuário e calçados (+13,8%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+10,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (+6,7%) e combustíveis e lubrificantes (+3,4%). A única taxa negativa foi registrada em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%).

Segundo o IBGE, essa única taxa negativa fez com que o indicador não tivesse resultado melhor em abril, uma vez que o setor representa quase metade (49,2%) do volume de vendas pesquisado.

“O consumo das famílias se modificou em termos de estrutura no começo da pandemia. O que tem acontecido é que, em alguns setores, o consumo tem se concentrado em momentos específicos do ano. Antigamente, esses momentos eram muito marcados, como a Black Friday e o Natal, agora o cenário mudou”, analisa o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Em relação ao comércio varejista ampliado, que incluem veículos e material de construção, as vendas cresceram 3,8% ante março, após terem recuado 5,0% no mês anterior, segundo o IBGE. Na comparação com abril de 2020, as vendas do varejo ampliado tiveram forte alta de 41,0%. Com isso, o comércio varejista ampliado acumula ganhos de 9,2% no ano e de +3,5% em 12 meses até abril.

O resultado foi puxado pelo avanço de 20,3% nas vendas no segmento de veículos, motos, partes e peças, após desabarem 19,8% em março. Já as vendas no segmento de material de construção subiram 10,4% em abril.

Na comparação com um ano antes, quando o indicador registrou o maior tombo da série histórica, sete das oito atividades registraram movimento positivo no varejo restrito, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico, que dispararam 104,4%, recorde histórico para a atividade; tecidos, vestuário e calçados avançaram 301,2%, maior crescimento da série histórica após 13 meses de resultados negativos.

Enquanto no varejo ampliado, a atividade ligada aos automóveis disparou 132,1%, na segunda taxa positiva seguida e no maior crescimento da série histórica. O segmento ligado a reformas e construção teve salto de 44,4% nas vendas, na décima primeira taxa positiva seguida.