Vendas no varejo sobem acima do previsto na maior alta da série histórica, diz IBGE

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São Paulo – As vendas do comércio varejista restrito, que excluem veículos e material de construção, se recuperaram e subiram 13,9% em maio em relação a abril, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2000, que ocorre após recuo recorde de 16,3% em abril.

O resultado mensal ficou bem acima da previsão, de +5,00%, conforme mediana calculada pelo Termômetro CMA. Já na comparação com maio de 2019, as vendas no varejo registraram a terceira queda seguida, de -7,2%, bem menos que a previsão de queda de 14,50%. Até maio, as vendas do varejo restrito acumulam queda de 3,9% no ano, mas estabilidade nos últimos 12 meses.

O gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, explica que os números positivos de maio aparecem após o mês em que foi registrado o pior patamar de vendas da série histórica.

“Portanto, foi um crescimento grande percentualmente, mas temos de ver que a base de comparação foi muito baixa. Se observamos apenas o indicador mensal, há um cenário de crescimento, mas ao olhar para outros indicadores, como a comparação com o mesmo mês do ano anterior, vemos que o cenário é de queda”, analisa.

Contudo, ele observa que a pesquisa aponta uma perda de ritmo dos impactos do isolamento social no comércio. De todas as empresas consultadas, 18,1% relataram impacto do isolamento em suas receitas em maio. Em abril, esse número era 28,1%, o maior percentual desde o início da pandemia.

“Com isso, há a indicação de crescimento nas atividades dessas empresas”, afirma Santos, do IBGE.

Segundo o instituto, todas as oito atividades pesquisadas registraram alta da atividade em base mensal, com destaque para os aumentos em tecidos, vestuário e calçados (+100,6%) e móveis e eletrodomésticos (+47,5%).

Já na comparação com maio de 2019, houve a predominância de taxas negativas, atingindo sete das oito atividades pesquisadas. A exceção ficou com o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+9,4%).