Vibra Energia espera demanda forte de energia e aviação em 2022

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São Paulo – A Vibra Energia (ex-BR Distribuidora) disse que espera demanda forte em 2022 em comercialização de energia e eficiência energética para empresas, com a conclusão da aquisição da Comerc em fevereiro de 2022, com a demanda por combustível para usinas termelétricas e transportes, além de oportunidades de diversificação em novas frente com gás natural, renováveis e biocombustível.

“Esperamos operar a comercializadora já na safra do ano que vem”, disse o presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, em teleconferência de resultados do terceiro trimestre, referindo-se à venda de etanol por meio de sua joint venture com a Copersucar.

O executivo destacou o pipeline de 2 gigawatts (GW) de projetos da Comerc e que já conhecia a companhia como concorrente, quando foi CEO da CPFL. “A participação na Comerc nunca será menor que 50% e poderemos ampliar. No curto e médio prazo, o time da Comerc poderá desenvolver os projetos, estamos confiantes nessa estrutura”, acrescentou diretor financeiro da Vibra, André Natal.

Segundo o executivo, a companhia também entra no próximo ano com uma estrutura mais competitiva, após estratégia bem sucedida de redução de custos em 2021. “Buscamos uma companhia competitiva, com redução de custos e maior competitividade. Estamos voltando para uma perspectiva de demanda com custos mais competitivos e de manter estes custos menores daqui pra frente”, destacou.

“A garantia de suprimento é o diferencial da companhia nos contratos B2B”, avalia Natal. “Buscamos a importação, o mercado absorve o custo que tem devido à demanda, isso está refletido nas margens. No tempo, o gap de preços vai se fechando e o mercado vai se restabelecendo”, acrescentou, em relação à defasagem dos preços de combustível no mercado nacional.

“A companhia compra, faz o hedge. Com uma mesa estruturada, poderemos montar estratégias mais sofisticadas de precificação. Mas o abastecimento aos clientes está garantido.”

Os executivos destacaram que a companhia tem feito uma construção de market share positiva, com margem saudável e com garantia de suprimento e atualmente tem 1,5 mil clientes em sua base. “Em nosso mercado, a confiabilidade de suprimento é importante e difícil de equacionar com o aumento de participação e temos conseguido fazer isso”, disse Natal.

A companhia registrou aumento de margem e participação nos vários mercado em que atua no terceiro trimestre, como aviação e venda de combustível para geração de energia por conta do aumento de despachos de usinas termelétricas devido à piora do risco hidrológico e espera que a demanda continue forte em 2022. “O efeito das térmicas deve durar até o segundo trimestre do ano que vem, ou mais, a ver, mas em novembro a margem de reposição deve estar mais saudável. A contribuição foi boa até em termos de composição de rede, estamos fazendo R$ 115 de margem, o quarto trimestre deve ter um ganho em relação ao terceiro trimestre”, comentou André Natal, diretor financeiro da Vibra.

A Vibra também está analisando demanda para eletrificação de carros elétricos e por carros híbridos a etanol. “O caso brasileiro pode ser competitivo para produção de carro elétrico com menor emissão de gases de efeito estufa e transição energética”, avalia o presidente da companhia.

GNL

A companhia disse que não vai participar de processos de privatização de distribuidoras de gás e que está montando uma plataforma de energia com várias fontes e atuação em todo país, especialmente em gás. “Isso faz muito mais sentido do que alocar capital numa distribuidora de gás, não participaremos dos processos de privatização das distribuidoras, mas em oferecer uma estrutura capilarizada para os nossos clientes que optarem pela compra de energia com a fonte GNL (gás natural liquefeito)”, disse Natal.

“Se o cliente quiser fazer a transição energética via gás, essa será a nossa estratégia”, acrescentou o presidente da companhia.

Em relação à expansão do embandeiramento da rede de postos de combustível e estratégia de precificação, os executivos disseram que querem “manter a consistência no ganho de competitividade” e que buscarão ganhos de volumes e margens “que o mercado permitir” e não baseado em volatilidade. “Queremos ser uma companhia de relacionamento fácil com cliente, com custos mais competitivos, oferecendo os melhores produtos. Estamos otimistas com o futuro”, finalizou o presidente da companhia.