São Paulo – A Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) registrou lucro líquido de R$ 566 bilhão no quarto trimestre de 2022 (4T22), queda de 44,8% na comparação anual. Em todo o ano passado, a Vibra registrou lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, queda de 38,4% na comparação anual.
“O ano de 2022 foi marcado por um cenário adverso, com efeitos jamais experimentados por essa indústria, tais como uma guerra mundial comprometendo e mudando os fluxos de energia globais, trazendo para a commoditie petróleo, em especial seu derivado diesel, ainda mais volatilidade. As taxas de juros tiveram um expressivo aumento que junto com o nosso maior endividamento, promoveram em nosso resultado financeiro uma variação negativa de cerca de R$ 2,6 bilhões”, comentou a empresa, no relatório de resultados apresentado na noite desta terça-feira.
“Ressalta-se que parte significativa dessa variação negativa de -R$ 0,9 bilhão no lucro líquido tem origem na variação cambial e custo do swap da dívida (R$ -0,7 bilhão), reflexo do aumento do CDI e novas captações no período, além do resultado do hedge de commodities do período com uma variação negativa de -R$ 0,6 bilhão. Tais resultados foram compensados parcialmente por menores perdas de créditos estimadas em 2022”, acrescentou.
A receita líquida ajustada foi de R$ 45,077 bilhões no período, 14,8% maior que o visto no mesmo intervalo do ano anterior. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado diminuiu 1,1% no trimestre e somou R$ 1,6 bilhões, com margem de R$ 157/m3, 1,8% menor que no 4T21.
O volume de vendas foi de 10,050 bilhões de metros cúbicos (m/3) no trimestre, número 0,8% superior ao visto em igual período do ano passado. O resultado das vendas é explicado, principalmente pelas maiores vendas de gasolina (+12,9%), etanol (+22,1%) e combustível de aviação (+16,8%) compensado parcialmente pelas menores vendas de óleo combustível (-53,7%), coque (2,3%) e Diesel (-1,2%). A empresa ressalta que no 4T21 havia venda de diesel e combustíveis para as térmicas emergenciais sem a mesma correspondência no trimestre atual. Já na comparação trimestral, houve uma redução de -2,5% nos volumes vendidos principalmente pelas menores vendas de diesel (-10,9%) compensado parcialmente pelas maiores vendas dos demais produtos.
No ano, o indicador também ficou próximo da estabilidade (+0,2%), com 38,553 bilhões de m3 vendidos, que representa um grande avanço considerando que ao longo de 2021 houve um incremento de volume de diesel e óleo combustível para as térmicas emergenciais na ordem de 1,7 milhão de m3, disse a empresa.
O número de postos de serviços no 4T22 era de 8.383 unidades, 182 a mais que no mesmo período de 2021.
No acumulado de 2022, o endividamento bruto da Companhia permaneceu com o montante de R$ 17,8 bilhões, cerca de 30% superior ao do ano de 2021 (R$13,7 bilhões).
Ao final do trimestre, a dívida líquida da Vibra era de R$ 13,7 bilhões, valor 35,8% maior que no final de 2021. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda ajustado, era de 2,6 vezes, alta de 29,5% na comparação anual. A empresa disse que reduziu a dívida líquida em cerca de 7% em relação ao trimestre anterior, principalmente, em função no menor consumo de capital de giro do período (redução de seus estoques de produtos).
O custo médio da dívida foi de 14,1%, um aumento de 0,4 p.p. na comparação 9M22, com prazo médio de 4,2 anos.
Em 2022, a receita líquida ajustada subiu 39,4% em 2022, para R$ 181,4 bilhões. A empresa totalizou 8.323 postos de serviços no ano, 182 a mais que em 2021.