São Paulo – A Vibra registrou lucro líquido de R$ 3,297 bilhões no quarto trimestre de 2023, alta de 482,5% na comparação anual, ou quase 6 vezes o lucro de R$ 566 milhões registrado no mesmo período de 2022. Em todo o exercício do ano passado, a Vibra totalizou lucro líquido de R$ 4,766 bilhões, um avanço de 210,1% ante R$ 1,537 bilhão em 2022. “Esse resultado recorde tem como base um melhor desempenho operacional, melhor resultado financeiro e, ainda, recuperações tributárias ocorridas no período”, explicou a empresa, em seu relatório trimestral.
A receita líquida foi de R$ 43,846 bilhões no período, 3,1% menor que o visto no mesmo intervalo do ano anterior.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou 54,5% no trimestre e somou R$ 2,328 bilhões, correspondendo a uma margem ebitda ajustada de R$ 254 por m3 (+69,2% na comparação anual). A empresa ressalta que desse valor já deduziu a recuperação tributária extraordinária (LC 192/2022) de R$ 2,591 bilhões reconhecida no 4T23.
Além disso, a companhia informou que neste resultado há ganhos não recorrentes com vendas de imóveis no valor de R$ 87 milhões, outras recuperações tributárias de cerca de R$ 748 milhões, perdas com inventário de produtos na ordem de R$ 225 milhões e resultado positivo com hedge de commodities de R$ 55 milhões. Desconsiderando todos esses efeitos não recorrentes no resultado do trimestre, encontramos um Ebitda de R$ 1,663 bilhão ou R$ 181/m3, “um resultado expressivo em um cenário desafiador, com suprimento abundante de diesel (pelo aumento de importações de diesel russo pelo mercado no 4T23, com desconto relevante em relação ao produto nacional). E, mais importante, temos a convicção de que os resultados do 4T23, assim como resultados anteriores, desde o 2T23, são decorrência direta das mudanças de estratégia da Vibra”, comentou.
O volume de vendas foi de 9,173 milhões de metros cúbicos no trimestre, número 8,7% inferior que o visto em igual período do ano passado. “Tivemos redução em nossos volumes de vendas totais de -2,5% na comparação trimestral, principalmente pelas menores vendas diesel (-9,9%), gasolina (-1,4%) e lubrificantes (-10,5%), atenuados pelo aumento dos volumes vendidos de óleo combustível (+8,8%), combustível para aviação (+2,3%), coque (+7,7%) e etanol (+25,7%). Ressalta-se, no entanto, que a redução de volume de gasolina se deve pela maior disponibilidade de etanol no mercado no período. Já na comparação YoY, houve redução de -8,7%: diesel (-8,2%), combustível para aviação (-9%), gasolina (-17,5%), coque (-33,2%) e lubrificantes (-5,7%), compensada parcialmente por um aumento no volume de etanol (+20,6%) e óleo combustível (+3,8%)”, explicou a empresa.
A Vibra encerra o ano de 2023 com dívida líquida de R$ 9,5 bilhões, ante a uma dívida líquida de R$ 13,7 bilhões no final de 2022, uma redução de R$ 4,2 bilhões (-30,8%) no ano, que a companhia atribuiu a à forte geração de caixa no período, que viabilizou a redução de R$ 1,7 bilhão (-9,6%) na dívida bruta, aliada com um aumento de R$ 2,5 bilhões em disponibilidades (+60,8%). Dessa forma, a Vibra alcançou uma alavancagem, relação entre a dívida líquida sobre o ebitda ajustado de 12 meses, de 1,1 vez no 4T23, uma redução de 1,6 vez na comparação com 4T22, refletindo avanços na gestão de capital da companhia.
“No ano de 2023, focamos a organização e nossos esforços na melhoria do resultado operacional da companhia e, apesar de ter sido mais um ano com muitos desafios externos, entregamos resultados recordes, com uma mudança significativa de patamar da nossa margem ebitda. Com um modelo de gestão sustentável, atingimos um ebitda ajustado recorde de R$ 6,26 bilhões, com uma margem unitária ajustada de R$ 169/m3, uma geração de caixa operacional de R$ 6,2 bilhões e um ROIC de 15,7%, isso excluindo-se o resultado de recuperação tributária extraordinária, que nos trouxe um resultado adicional de cerca de R$ 2,6 bilhões, e assim totalizamos um ebitda ajustado de R$ 8,85 bilhões e um lucro líquido recorde de R$ 4,8 bilhões em 2023”, comentou Ernesto Pousada, CEO da Vibra, na mensagem da administração.