Por Danielle Fonseca e Flavya Pereira
São Paulo – O Ibovespa fechou em alta pelo segundo dia seguido, com ganhos de 0,56%, aos 101.817,13 pontos, em meio a expectativas de que as negociações comerciais entre China e Estados Unidos possam ter evoluções nos próximos dias, já que as conversas entre os dois países foram retomadas hoje. O volume total negociado foi de R$ 14,6 bilhões.
“As últimas notícias e comentários mostraram um ambiente mais favorável para as negociações comerciais, está prevalecendo o tom mais otimista. Não sabemos se sairá um acordo, mas podem sair algumas coisas pontuais”, disse o analista da Necton Corretora, Glauco Legat.
O presidente norte-americano, Donald Trump, comentou no Twitter que irá encontrar o vice-premie chinês, Liu He, amanhã na Casa Branca, o que ajudou o Ibovespa chegar a subir mais de 1% mais cedo.
Após algumas notícias conflitantes sobre as negociações, também prevaleceram informações mais positivas, como a de que Washington estaria considerando um “pacto cambial” com Pequim, além disso, a Casa Branca emitiu licenças especiais a algumas empresas dos Estados Unidos para continuarem a fazer negócios com a chinesa Huawei Technologies.
Com a esperança de avanços nas conversas entre os dois países, as ações de commodities e exportadoras tiveram fortes altas hoje, como as da Vale (VALE3 3,44%), CSN (CSNA3 5,31%), Gerdau Metalúrgica (GOAU4 4,97%) e Suzano (SUZB3 5,34%), que ficaram entre as maiores altas do Ibovespa. A maior valorização, no entanto, foi dos papéis da Yduqs (YDUQ3 6,39%), que divulgou dados positivos de captação de alunos.
Na contramão, as maiores quedas foram da Ultrapar (UGPA3 -3,12%), da Cielo (CIEL3 -2,35%) e da Localiza (RENT3 -2,34%).
Amanhã, investidores devem continuar atentos ao noticiário sobre a guerra comercial. Caso ocorra um acordo, mesmo que parcial, o presidente da DNAInvest, Alfredo Sequeira Filho, acredita que há possibilidade de ocorrer um rali nos mercados. No entanto, não está descartado que o Ibovespa possa ter volatilidade de olho na questão.
O dólar comercial fechou em alta de 0,51% no mercado à vista, cotado a R$ 4,1250 para venda, em sessão marcada por fortes oscilações e baixa liquidez, influenciado pela expectativa e cautela dos investidores com mais uma rodada de negociações em torno da guerra comercial entre Estados Unidos e China iniciada hoje.
O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, destaca a volatilidade ao longo da sessão em meio a cautela de investidores com as incertezas em torno das negociações comerciais entre chineses e norte-americanos. “Contrastou com o otimismo exibido no mercado acionário global”, comenta.
No fim da manhã, o mercado reagiu com alívio à mensagem do presidente norte-americano, Donald Trump, em seu perfil no Twitter dizendo que se encontrará com o vice-premiê chinês, Liu He, amanhã na Casa Branca, “o que refutou a possibilidade de término antecipado da reunião como se especulou na abertura dos negócios”, pondera Gomes.
Amanhã, com a agenda de indicadores esvaziada, investidores devem seguir monitorando os desdobramentos das negociações entre Estados Unidos e China, à espera do encontro de Trump com o Liu He.
“O mercado ficará a mercê do noticiário a respeito das tratativas comerciais, principalmente, sem indicadores com peso para interferir nos ativos”, comenta a economista da Capital Markets, Camila Abdelmalack.