A alemã Ursula von der Leyen foi reconduzida ao cargo de presidente da Comissão Europeia em uma votação que não foi unânime. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, votaram contra a indicação.
Será o segundo mandato de cinco anos de von der Leyen à frente do órgão executivo da União Europeia (UE). Foram eleitos também para presidente do Conselho Europeu o ex-primeiro ministro português António Costa, e para chefe de política externa do bloco, a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas.
“Missão cumprida! O Conselho Europeu alcançou seu objetivo”, declarou o atual presidente do Conselho, Charles Michel, aos repórteres na manhã de sexta-feira. Este pacote de liderança representa continuidade no topo do bloco de aproximadamente 450 milhões de pessoas, com facções centristas pró-UE mantendo os principais cargos apesar do crescimento da extrema-direita nas recentes eleições para o Parlamento Europeu.
A nomeação de von der Leyen ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento Europeu em uma votação secreta – uma etapa vista como mais desafiadora do que sua confirmação pelos líderes da UE.
“A questão agora é convencer – se possível – uma ampla maioria para uma Europa forte”, afirmou von der Leyen. “Este será meu foco de trabalho”.
O pacote de liderança é equilibrado tanto politicamente quanto geograficamente. Von der Leyen representa a centro-direita, Costa a centro-esquerda e Kallas o grupo liberal europeu.
“Este é um momento de enorme responsabilidade em meio a tensões geopolíticas. Há uma guerra na Europa e uma crescente instabilidade global”, observou Kallas em suas declarações aos repórteres. Costa assegurou que estará “totalmente empenhado em promover a unidade entre os 27 estados membros” em seu novo papel.
Durante a cúpula, a UE também firmou um acordo de segurança com a Ucrânia, discutiu formas de reforçar suas defesas contra a Rússia e acordou sobre as prioridades estratégicas do bloco para os próximos cinco anos.
O acordo de segurança sublinha o apoio contínuo da UE a Kiev na resistência à invasão russa pelo terceiro ano consecutivo, apesar dos ganhos da extrema-direita nas eleições europeias, da incerteza causada pelas eleições antecipadas na França e da iminente votação presidencial nos Estados Unidos em novembro.
Este acordo estabelece os compromissos da UE para ajudar a Ucrânia em nove áreas de política de segurança, incluindo fornecimento de armas, treinamento militar, cooperação na indústria de defesa e desminagem.
“Estes compromissos ajudarão a Ucrânia a se defender, resistir à desestabilização e dissuadir futuras agressões – um testemunho concreto do compromisso inabalável da UE em apoiar a Ucrânia a longo prazo”, afirmou Michel.
Os líderes reiteraram seu compromisso de apoiar a Ucrânia pelo tempo necessário, enfatizando que “a Rússia não deve prevalecer” e que a Ucrânia deve recuperar as terras anexadas por Moscou.