Williams do Fed defende redução das taxas de juros como passo apropriado na política monetária

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O presidente do Fed Nova York, John Williams

São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou nesta sexta-feira que é o momento adequado para ajustar a política monetária em direção a uma postura menos restritiva. Durante um discurso perante o Conselho de Relações Exteriores, Williams notou que está “confiante de que a inflação está se movendo de forma sustentável para a meta de 2%” do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Williams começou sua fala abordando a economia dos EUA, descrevendo o momento atual como uma fase de equilíbrio. Ele usou a palavra “equilíbrio” para descrever a situação econômica, explicando que “os riscos para os objetivos de nosso duplo mandato – estabilidade de preços e pleno emprego – estão agora mais equilibrados do que antes”. O presidente do Fed de Nova York detalhou que a inflação, que havia sido alta durante a pandemia e a guerra na Ucrânia, está agora se aproximando da meta de 2% do Fomc, graças a uma combinação de ações políticas eficazes e a normalização das condições de mercado.

Williams utilizou a analogia da “cebola da inflação” para ilustrar o processo de desinflação. Ele afirmou que “o forte aumento da inflação observado em 2021 e 2022 foi em grande parte devido aos efeitos pós-pandemia e às interrupções globais”. Ele continuou, dizendo que “à medida que esses efeitos começaram a dissipar-se, as camadas da cebola começaram a ajustar-se”. O presidente ressaltou que o índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) caiu de um pico de 7% para 2,5% em julho, refletindo uma moderação significativa.

Sobre o mercado de trabalho, Williams comentou que “uma ampla gama de indicadores apontou para uma normalização contínua após o período de superaquecimento em 2021 e 2022”. Embora a taxa de desemprego tenha aumentado ligeiramente, ele a considerou ainda baixa em termos históricos e indicou que “a expansão da oferta de trabalho ajudou a suavizar o impacto das demissões”. Williams enfatizou que, apesar das flutuações na taxa de desemprego, o mercado de trabalho está se ajustando e não representa uma fonte significativa de pressões inflacionárias.

O dirigente concluiu que a atual postura restritiva da política monetária tem sido eficaz e que, com a economia se aproximando do equilíbrio e a inflação na direção da meta de 2%, é o momento apropriado para ajustar a política monetária. Ele declarou que “com a economia agora em equilíbrio e a inflação caminhando para 2%, é apropriado diminuir o grau de restritividade na postura da política”. Williams sugeriu que o próximo passo natural seria reduzir a faixa-alvo para a taxa dos fed funds.

Com a inflação se moderando e o mercado de trabalho se ajustando, Williams afirmou que o Fed está em uma posição para considerar ajustes na política monetária, sempre com base em dados e na evolução das condições econômicas. “Nossas decisões dependerão dos dados, com um olhar atento para a concretização de nossos objetivos de pleno emprego e estabilidade de preços”, concluiu.