São Paulo – A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, defendeu uma taxa mínima global de impostos corporativos como parte de sua defesa da proposta do pacote para infraestrutura de US$ 2,3 trilhões do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ela também afirmou que não espera uma pressão inflacionária causada pelos impostos maiores e os auxílios propostos.
“O mercado de trabalho ainda tem um bom caminho a percorrer e medidas de auxílio como essas propostas servem para evitar cicatrizes permanentes na economia. Tanto o estímulo recente de US$ 1,9 trilhão como esse de infraestrutura são, na verdade, necessários para a recuperação e não um acréscimo inconsequente è economia”, disse ela durante participação no Conselho de Assuntos Globais de Chicago.
Sobre a questões de taxas mínimas globais, Yellen disse que é uma questão de competitividade justa. “Esse assunto vai além de questões de monopólio”, disse ela. “Trata-se de garantir que os governos tenham sistemas tributários estáveis públicos essenciais e responder às crises, e que todos os cidadãos compartilhem de forma justa o fardo de financiar o governo”.
“Estamos trabalhando com os países do G-20 (grupo que reúne economias mais industrializadas e países emergentes)”, disse Yellen.
Além do aumento da alíquota de impostos, o governo Biden também quer aumentar para 21% o imposto mínimo sobre os lucros das empresas dos Estados Unidos no exterior para 21%, calculado país a país.
Isso poderia criar uma desvantagem significativa para empresas norte-americanas que operam em mercados estrangeiros, porque elas enfrentariam impostos que suas contrapartes fora do país não enfrentariam. É por isso que a ideia de um imposto mínimo global coordenado é tão crucial para os planos do governo.
Os Estados Unidos e mais de 100 outros países têm se envolvido em negociações por meio da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre a criação de tal imposto e sobre a reformulação das regras para onde a renda corporativa é tributada.
Yellen também se comprometeu a restaurar o papel de liderança econômica global dos Estados Unidos à medida que o mundo emerge da crise da covid-19.
“Nos últimos quatro anos, vimos em primeira mão o que acontece quando a América se afasta do palco global”, disse Yellen.
Ela disse que os Estados Unidos não responderam suficientemente à crise de saúde doméstica e não conseguiram se envolver com contrapartes internacionais com antecedência suficiente para mitigar a propagação global do vírus e a crise econômica que se seguiu.