Yellen pressiona Congresso dos EUA por elevação do teto da dívida

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São Paulo – A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, pressionou o Congresso pela elevação do teto da dívida sob o argumento de que a medida não significará o aumento de gastos do governo, mas a liberação do pagamento das contas previstas.

“Como eu disse em minha carta ao Congresso em 23 de julho, aumentar ou suspender o limite da dívida não aumenta os gastos do governo, nem autoriza gastos para futuras propostas orçamentárias; simplesmente permite que o Tesouro pague por despesas previamente aprovadas. O não cumprimento dessas obrigações causaria danos irreparáveis à economia dos Estados Unidos e aos meios de subsistência de todos os norte-americanos”, disse ela.

Desde a semana passada, o Tesouro vem adotando medidas extraordinárias para evitar o calote depois que a suspensão do limite da dívida terminou, no fim de julho. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) – um órgão apartidário – estimou que o Tesouro pode ficar sem dinheiro para pagar as contas em outubro ou novembro, na ausência de um aumento do limite da dívida.

Hoje, Yellen voltou a lembrar que o Congresso nos últimos anos tem tratado o tema de modo regular, com amplo apoio bipartidário, e que no último governo houve apoio para elevar o teto por três ocasiões.

“O Congresso deveria fazê-lo novamente agora, aumentando ou suspendendo o limite da dívida em uma base bipartidária. A grande maioria da dívida sujeita ao limite de dívida foi provisionada antes da tomada de posse da administração. Esta é uma responsabilidade compartilhada, e exorto o Congresso a se reunir em uma base bipartidária, como fez no passado, para proteger a fé e o crédito total dos Estados Unidos”, disse ela.

O Congresso votou em julho de 2019 para suspender o limite da dívida até 31 de julho de 2021, após o qual o teto anterior de US$ 22,0 trilhões seria redefinido para incluir qualquer novo empréstimo nos anos intermediários. ontem, o limite foi restabelecido em cerca de US$ 28,5 trilhões, valor que inclui dívidas em poder do público e de agências governamentais.

As preocupações com grandes déficits e dívidas levaram os legisladores republicanos nas últimas semanas a dizer que o partido pode se opor a um aumento do limite da dívida.

O líder da minoria no Senado, o republicano Mitch McConnell, já sugeriu que nenhum membro de seu partido votará para aumentar ou suspender o limite da dívida, enquanto a Casa Branca diz que o presidente norte-americano, Joe Biden, espera que os legisladores votem para aumentá-lo.